A) O acento diferencial pelo acento gráfico (de intensidade) deixa de existir (agudo ou circunflexo) nas palavras homógrafas paroxítonas. Exemplos:1) coa, coas (verbo coar e subst.: coação, ato de coar) 2) para (verbo parar) ? para ( preposição);
3) pela, pelas (v. pelar e substantivo: jogo, bola de borracha, ato de pelar) ? pela(s){ comb. per + la(s) };
4) pelo (v. pelar), ? pelo ( comb. de per + lo); 4) pelo, pelos (subst.: cabelo, fio delgado) ? pelo {comb. de per + lo(s)};
5) pera ( subst.: fruta, interruptor elétrico ); pera (subst.: usada no composto pêra-fita: grande pedra fincada no chão; monumento de pedra) ? pera ( prep. arcaica, ainda de uso oral popular );
6) pero (subst.:fruta; variedade de maçã; nome dado aos portugueses pelos índios) ? pero (conjunção antiga);
7) pola, polas (subst.: sova, pancadaria) ? pola, polas {forma antiga de por + la(s) };
8) pola, polas (subst.: broto, galho pequeno) ? pola, polas { formas antigas de por + la(s) };
9) polo, polos ( subst.: extremidade, jogo) ? polo, polos1 {formas antigas de por + lo(s) };
10) polo, polos (subst.: gavião pequeno) ? polo, polos {forma antiga de por + lo(s) }.
EXCEÇÕES: 1) pôde (v. poder, pret. perf..) ? pode (v. pres. ind.); 2) pôr (v.) ? por (preposição).
CUIDADO! Os monossílabos ás (tônico, carta de baralho) ? as (artigo plural, átono) e más (advérbio, singular de má) ? mas (conjunção) se incluem ao grupo dos monossílabos tônicos, portanto não entram na regra das paroxítonas.
b) O acento diferencial morfológico é o que distingue a terceira pessoa do plural dos verbos ter e vir (e seus derivados) da terceira pessoa do singular. Exemplos:
1) ele tem ? eles têm;
2) ele vem ? eles vêm;
3) ele detém ? eles detêm; 4) ele provém ? eles provêm.
ATENÇÃO! Nas formas verbais em que acrescenta um pronome oblíquo (ver colocação de pronomes), deve-se ignorar o pronome e enquadrá-las normalmente às regras de acentuação. Exemplo:
1) Fi-lo (não acentuado); escrevê-lo; fá-lo-íamos (com dois acentos); pô-lo-ia; esperá-lo-íamos; amá-la-íeis; fá-lo-ás; pô-lo.
O acento diferencial de timbre foi abolido na Reforma Ortográfica desde 1971, com exceção da forma verbal pôde, já explicado e exemplificado no acento diferencial de intensidade.

