Acerca; A cerca ou Há cerca de?

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Acento diferencial – Ver acentuação gráfica.

Acento grave – Ver acentuação gráfica.

Acentue ou acentui? – Infinitivo de acentuar. Ver efetue.

Acerca, a cerca ou há cerca de? – Acerca como locução prepositiva equivale a

a) respeito;

b) relativamente a;

c) com referência a;

d) sobre;

e) quanto a.

Exemplos:

1) Falei pouco acerca de minhas últimas viagens.

2) Discutiremos o suficiente acerca deste assunto.

3) (…) “condenado à morte por decisão de Getúlio Vargas, ainda que pairem dúvidas acerca dessa informação.” (Dimas Macedo. A Letra e o Discurso, p.62, 2014).

● a cerca como substantivo ou quando significar a uma distância. Exemplos:

1) Minha casa fica a cerca de trinta minutos do colégio.

2) A cerca viva é sempre verde.

3) “Lembrou-se da cerca quebrada e teve uma ideia”. (Carlos Roberto Vazconcelos. Mundo dos Vivos, p.79, 2008).

● há cerca de é usado quando o verbo haver indicar tempo decorrido. Exemplos:

1) Ele só quis discutir o assunto há cerca de duas horas.

2) Há cerca de dois anos preparamos esta obra.

3) “Há cerca de uma dezena de anos, os professores…deram início à edição de seletas de artigos…” (Vianney Mesquita. Arquiteto a Posteriori, p.28, 2013).

 

 

Acerto /ê/, asserto /ê/ – São palavras homófonas. Têm a mesma pronúncia, mas escritas e significados diferentes; acerto é o ato de acertar; ajuste, acordo; asserto: afirmação; assertiva; asserção; proposição afirmativa. Exemplos:

 

 

1) Nosso acerto foi outro.

2) Seu asserto tem sentido amplo e confuso.

3) “E isto é o que Tatiana Pontes de Barro Leal sabe fazer com acerto em seu livro de estreia: Alma em Punho.” (Dimas Macedo. A Letra e o Discurso, p.46, 2014)

 

 

Acima – V. abaixo.

 

 

A champanha – Champanhe ou champanha está correto, mas é substantivo masculino, logo o champanha ou o champanhe. Significa vinho espumante fabricado na região francesa de Cham¬pagne, ou do mesmo tipo, embora de outra procedência. Exemplos:

 

 

1) Os vencedores comemoram a vitória com champanhe.

2) No natal, todo mundo bebe champanha.

3) (…) “relembravam do carinho do primogênito para com o seu galo de raça, do champanhe que era sua bebida…” (Pedro Salgueiro. Brincar com Armas, p.94, 2000).

4) “Os olhares desconfiados se cruzam, um sorriso sarcástico acontece e os lábios gélidos e secos brindam com o consentimento dos corpos uma taça de champanhe.” (Abílio Lourenço Martins. A Música da Semana, p.37, 2013).

NB 1: Não falta quem defenda champanha no feminino e champanhe no masculino, alegando a forma vocabular.

NB 2: Ocorre a troca de “e” pelo “a” em várias palavras quando da passagem do francês para o português. Exemplos de Francês/Português: cabine-cabina; bobine-bobina; avalanche-avalancha; champanhe-champanha.

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Acordar ou acordar-se? – O certo é acordar. Na frase “Ele se acorda às seis horas todos os dias”, o emprego desse pronome se é inadequado. Em provas de vestibular e concurso público, esse tipo de ocorrência provoca a chamada incoerência textual. A frase depois de corrigida, fica assim: Ele acorda às seis horas todos os dias. Ver aludir.

ATENÇÃO! Ninguém acorda a si mesmo! O indivíduo, simplesmente, acorda ou é acordado por alguém, por algum som alto, por um terremoto etc. Acordar a si mesmo é inaceitável. Usa-se pronominal, quando se refere a mais de uma pessoa.

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Exemplos:

 

 

1) (…) “Maria do Carmo Fontenelle, ergue sua voz, e sua palavra grita em nosso universo, acordando—nos para a realidade …” (Giselda Medeiros. Crítica Reunida, p.117, 2007).

2) (…) “um poeta distraído, que costumava perder a chave de casa e adormecia à porta de casa para não acordar a mulher…” (Ana Miranda. O Peso da Luz, p.132, 2013).

3) (…) “o rei acordou com os primeiros raios do sol e o barulho ensurdecedor de martelos e picaretas.” (Assis Almeida. Histórias que Motivam, p.30, 2015).

Acostumar td.i. ou t.i. – Usa-se com objeto direto e indireto ou com objeto indireto apenas. Exemplos:

1) Maria Júlia acostuma a mãe a dormir cedo.

2) “Sempre foi, minha filha. Não é novidade. Você é que devia estar acostumada.” (Moreira Campos. A Gota Delirante, p.80, 2014).

3) “Acostumou-se à escuridão da casa, que janelas nunca mais foram abertas desde aquele dia.” (Pedro Salgueiro. Dos Valores do Inimigo, p.50, 2006).

4) “(…) aguardando desesperançoso uma resposta confortadora quando o colega ao lado, colega amigo da onça diz: Quem não está acostumado a isso, dói!” (Abílio Lourenço Martins. Cacos Sublimes. P.109, 2017).

 

 

 

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