POESIA DE AUTOR IPUENSE

320 views

ODE AO CRUZEIRO

       Caco Velho

(Antônio Carlos Martins e Mello)

Cruzeiro velho, testemunho amigo,
falei contigo quantas vezes dela!
Mas te guardaste deste meu segredo
talvez com medo de comprometê-la.

Agora chega de calar-te, e fala
que foi de amá-la que estraguei a vida.
Cruzeiro velho, quantas noites vinha
contar-te a minha solidão sofrida.

Mornos domingos de fagueiros papos,
de cujos trapos vou-me consumindo!
Cruzeiro velho, é melhor calar-te:
calar faz parte desse tempo lindo.

Guarda os tesouros de tudo que viste,
de alegre e triste que esta vida é assim.
Não contes nada, meu cruzeiro velho
borra o espelho do que vês em mim.

       Fonte: O IPU em noite de serenata. Francisco de Assis Martins.
  

Você também pode gostar

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Vamos supor que você está bem com isso, mas você pode optar por sair, se desejar. Aceitar Leia mais